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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Criatividade...

Algo aque assombra a cabeça dos jovens cozinheiros recém colocados no mercado, é a obrigação, quase emergencial de serem criativos. Não que o mercado exija tal dose de criatividade dos jovens cozinheiros, mas principalmente para aqueles que querem logo serem chamados de chefs e colherem os louros da vitória, esses devem chegar a ter pesadelos com isso.

A dificuldade em si é bem simples: a vontade de fazer o diferente, quando ainda não sabem fazer o igual. Na verdade, o dia a dia de um cozinheiro na maior parte do tempo não é assim tão glamouroso assim. Corta mil cebolas ao longo da semana, das mais variadas formas, grelha peixes e mais peixes, filés e mais filés, cozinha molhos por longas horas, armazena, repete tudo no outro dia. Cozinhar exige realmente ser muito sintético. Sintetizar a forma mais rápida e eficaz de cortar uma cenoura, sintetizar e concentrar os sabores em uma redução, sintetizar os movimentos para não desperdiçar tempo.

Mesmo a figura solitária do gênio criativo, se olhada mais de perto, talvez não seja tão solitária assim. Ferràn Adrià, ele mesmo, trabalha com nada menos que um escritório e uma equipe de criação. Na verdade foi talvez o primeiro a trazer um "departamento" de pesquisa e desenvolvimento para dentro de um restaurante. A genialidade de Adrià parece ser realmente a forma como ele trabalha, fazendo sua equipe dar o máximo, participar, discutir, ser criativa. O gênio solitário sabe melhor do que ninguém, trabalhar em equipe. Os restaurantes modernos sabem disso também.

Afinal, a criatividade é em grande parte apoiada em referências e conceitos, algumas mais óbvias, outras menos, ligadas ou não à cozinha. Por enquanto fico mesmo é com um verso de um poema do sábio Manuel de Barros,

Repetir, repetir - até ficar diferente
Repetir é um dom do estilo.


(Manuel de Barros, em seu Livro das Ignorãças)

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